Você sabe o que são Distorções Cognitivas? Leia este artigo e aprenda como estes pensamentos podem afetar e muito a sua vida. Boa Leitura!
Um dos entendimentos que adquirimos durante uma terapia é que alguns dos nossos sofrimentos ocorrem em função de uma maneira peculiar de pensar muitas vezes imprecisas, ou que não correspondem à realidade.
Trazendo para uma linguagem mais popular, Distorções Cognitivas são pensamentos exagerados e irracionais, identificados pela terapia cognitiva e suas variantes, que em teoria perpetuam alguns distúrbios psicológicos.
Um bom exemplo seria. Você liga para o celular de um amigo, esperando que ele atenda imediatamente, mas ele não o atende. Neste caso você pode pensar: “Então ele não quer falar comigo”. Mas seu amigo somente não percebeu que você ligou.
Isso é o que chamamos de distorção cognitiva. Não é o fato em si, mas uma interpretação diferente (distorção). Em termos conceituais, são suposições imprecisas ou falsas sobre nós mesmos e o mundo ao nosso redor.
Como surgem esses pensamentos ?
São padrões que aprendemos em respostas à experiências desfavoráveis ou traumáticas especialmente na infância e adolescência, e na área da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), essas condições são conhecidas como distorções cognitivas. E ao serem reforçados ao longo da vida, podem causar dificuldades nos relacionamentos, entre outras complicações como ansiedade e depressão. (Legg, 2019).
Todos temos essas distorções?
A verdade é que todos somos capazes de interpretar os eventos diários por uma perspectiva tendenciosamente negativa. Estudos indicam que o cérebro humano tenha selecionado estes padrões como uma espécie de método evolutivo de sobrevivência. (Legg, 2019).
Quais são os diferentes tipos de distorções cognitivas?
O pioneiro na pesquisa sobre distorções cognitivas foi o psiquiatra Aaron Beck na década de 1960. Desde então, outros pesquisadores, entre estes, o seu aluno David D. Burns, autor do livro Feeling Good Handbook (1980), identificaram vários padrões de pensamentos distorcidos. (Ackerman, (2020).
Deste livro, destacamos 15 tipos entre mais comuns, que serão publicadas em três partes.
Veja se você consegue identificar aquelas que lhe são familiares:
1. TUDO OU NADA
Nesta situação você tende a avaliar uma experiência, uma situação ou a si mesmo de forma extrema, tipo oito ou oitenta. Ao concluir uma tarefa você pode achar que não está perfeita, e por isso você se considera um completo fracassado.
Por exemplo: Quando uma jovem em dieta comeu uma colherada de sorvete, ela disse a si mesma: "Eu estraguei minha dieta completamente", como se tivesse comido um pote inteiro de sorvete.
2. GENERALIZAÇÃO
Diante de um único evento negativo, como uma rejeição romântica, uma dificuldade no trabalho ou carreira, você vê este fato como sendo um padrão de derrota sem fim generalizando este caso específico em uma regra para a vida, sempre enfatizando o uso de palavras como "sempre" ou "nunca".
Por exemplo: Seu chefe pergunta se o relatório já está pronto e você pensa, “Nunca consigo entregar as coisas na hora certa”.
3. FILTRO MENTAL
Você foca apenas no aspecto negativo de uma situação e desconsidera os seus aspectos positivos.
Por Exemplo: Você recebe elogios sobre sua apresentação a um grupo de colaboradores em sua empresa. Porém um deles faz uma crítica construtiva. Isto o deixa muito preocupado por alguns dias, ignorando todo o feedback positivo que recebeu.
4. DESQUALIFICAR O POSITIVO
Nesta distorção você diminui a importância de uma experiência bem sucedida e a trata como algo muito simples ou que não tem muito valor.
Por exemplo: Você faz um bom trabalho, mas insiste em dizer a si mesmo que não ficou bom o suficiente ou que qualquer um poderia ter feito também.
5. CONCLUSÕES PRECIPITADAS:
Você interpreta as coisas negativamente mesmo quando não há fatos comprovam esta conclusão.
Leitura mental: Sem ter certeza, você conclui arbitrariamente que alguém está reagindo negativamente a você. Como se você estivesse lendo a mente da outra pessoa.
Vidência: Você simplesmente prevê que as coisas vão dar errado. E não só antecipa que as coisas vão dar errado, como também você se sente convencido de que sua previsão é um fato já estabelecido.
Por exemplo: Você vai fazer uma entrevista de emprego e antes de ser chamado diz a si mesmo: “Eu realmente vou estragar tudo. E se eu for reprovado?
Ou ainda, se por acaso você está se sentindo um pouco deprimido: você pode dizer a si mesmo: "Eu nunca vou melhorar."
Essas foram as 5 primeiras de uma série de 15 distorções cognitivas que podem prejudicar seriamente a forma como orientamos nossas decisões. Entendemos que reconhecer esses padrões automáticos de pensamento indica um passo importante no controle do sofrimento gerado por elas, no entanto a ajuda profissional é fundamental na criação de modelos de pensamentos mais realistas e saudáveis.
Espero que tenham gostado, retornaremos em breve com outras distorções que valem a pena ficarmos atento e até a próxima!
Dr. Francisco Araujo
Psicólogo clínico, (CRP 117441-SP), Especialista em Dependência Química, Praticante de Programação Neurolinguística, Coach, Terapeuta Floral, Hipnoterapeuta.
Como psicólogo clínico, dedico-me ao estudo e tratamento de problemas de saúde mental: depressão, ansiedade, fobias, comportamentos de dependência (álcool e outras drogas), codependência, transtornos obsessivos e compulsivos (TOC), transtornos de personalidade. Meus atendimentos seguem um modelo comportamental, sempre a partir do entendimento biopsicossocial do ser humano.
Do ponto de vista do Autodesenvolvimento e empreendedorismo proponho-me ajudar as pessoas a reconhecer seus pontos fortes, suas capacidades, e apoiá-los na conquista de seus objetivos, através do processo de Coaching.